quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Continuam abertas as inscrições para o Festival Cariri da Canção

Continuam abertas as inscrições para o Festival Cariri da CançãoO Crato, em mais uma edição, quer manter o sucesso do Festival Cariri da Canção, resgatando grandes talentos da música da nossa região e de várias partes do País, dando espaço para novos e jovens talentos. O Festival Cariri da Canção marca esse momento oportuno para os artistas se manifestarem. O evento é uma realização da Prefeitura do Crato, através da Secretaria da Cultura, Esporte e Juventude. Este ano, será realizada a etapa estudantil, nos dias 1, 2 e 3 de outubro. As inscrições continuam abertas até o dia 31 de agosto para quem quiser participar. São válidas as inscrições de pessoas da Região Metropolitana do Cariri com abrangência nos municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Nova Olinda, Caririaçu, Jardim, Farias Brito e Santana do Cariri. A Etapa Nacional acontecerá de 14 a 17 de outubro de 2009, sendo que as inscrições vão até o dia 11 de setembro de 2009. O Festival Cariri da Canção acontecerá no Centro Cultural do Araripe no Município do Crato. Editais e Fichas de Inscrições no site www.crato.ce.gov.br. Maiores informações, pelo telefone (88) 3523-2365

FONTE: http://blogdocrato.blogspot.com/

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Caririaçu - Menino recria vida sertaneja com talento


Por Elizângela Santos


A inventividade dos meninos do sertão vem de longe, e sem pressa de chegar a lugar nenhum. O mundo lúdico abraça formas diversas. Nas brincadeiras e nos brinquedos que cada um escolhe, já estão contidos traços de personalidade e uma tradição histórica. Quem um dia não foi capaz de imaginar ou até sonhar com o brinquedo predileto, aquele que só estava presente nos seus próprios sonhos? Há quem possa transformar em realidade. E isso depende da capacidade de transformar o que se tem num ato de brincar, num brinquedo. Em Caririaçu, o menino Pedro Igor Félix da Silva, de 12 anos, desde cedo aprendeu a fazer seus próprios brinquedos. Tudo por conta da vontade de brincar. A mãe não tinha recursos para custear-lhe os brinquedinhos, e os que estavam ao alcance de sua visão pertenciam aos meninos da rua. As pequenas mãos começaram a juntar o que estava ao alcance do seu pensamento. Papelão era o que tinha. Madeira, lata, borracha de velhos chinelos. Carros velhos assumem novas roupagens. Velhos motores trazem movimento inovador. Tudo movido pela natural certeza de que a alegria de uma criança não tem preço e nem precisa de luxo. Igor faz do quintal de casa sua fábrica de brinquedos. No início, tinha vergonha de ir à rua mostrar suas invencionices. Era o novo aos olhos dos outros. De que forma as pessoas poderiam ver aquilo, que não fazia parte de um mundo em que os brinquedos são muito iguais e nem todos têm acesso? Um barquinho foi o primeiro brinquedo produzido por Igor. A vontade era mostrar para todos, mas a sensação era de que as pessoas iriam rir do que fazia em casa. "Via os meus amigos com brinquedo de lata comprados e ficava querendo e aí fui fazer o meu", afirma. Mas o problema é que o próprio inventor achava sua obra feia. Mas isso não impediu que viessem os caracóis, rodas gigantes, que funcionam de verdade, além de bicicletas de arame. Conselho maternoA mãe, Maria Félix da Silva, já se tornou quase uma parceria do seu quinto filho. Ela opina na criação dos brinquedos. “Quando ela diz que não vai dar certo fazer daquele jeito é melhor não ir para frente”, diz ele, ao acrescentar que fez e não deu certo. O carrinho que ele montou foi uma grande peleja. Foi necessária ajuda dos amigos. O que antes era motivo de vergonha hoje é razão de admiração dos colegas. Depois de participar duas vezes de exposição no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, Igor diz que não tem mais vergonha de mostrar para as pessoas suas artes de brincar. Nos primeiros seis meses do ano, seu trabalho esteve no "Brincadeiros e Brincadeiras", exposição do pesquisador e artista Gandhy Piorsky, que viajou pelo Interior e litoral do Ceará para conhecer o que ainda está vivo na infância, a arte de brincar com o que está associado ao mundo em volta. O pesquisador conheceu Igor por meio de uma amiga socióloga. Nasceu uma amizade. Para Gandhy, nele há traços de genialidade. Em pouco tempo, produziu de 40 a 50 brinquedos para expor no Dragão do Mar. "As peças dele têm um design interessante e de maneira muito própria, que traduz traços próprios no brincar". Agora Igor pensa em ser músico. O gosto pelas aulas de arte desperta sua capacidade criativa. Fez uma bateria de papelão e lata. O barulho não incomoda tanto. Retira os aparelhos na hora dos ensaios e a paciente Maria, sua mãe, simplesmente assiste ao filho dando os primeiros acordes desafinados em sua guitarra e experimentando a nova bateria adquirida em Juazeiro. O novo sonho nasce. Nas asas do pensamento, a construção de um avião que ele viu passar pelos ares de Caririaçu. "Vou fazer com isopor". A intenção é fazê-lo voar como um pássaro.


Notícia do miseria.com.br